Os sonhos possuem lugar especial na clínica psicanalítica e exigem uma escuta cuidadosa em relação a eles, não se trata de ficar a procura de uma resposta pronta aos significados do sonho, mas me convoca a pensar o quão simbólico é o ato de poder sonhar. Que lugar começa a ter na vida daquela pessoa o seu sonho e o fato de sonhar? Este sonho pode conter algum efeito sobre a vida desta pessoa? Existe um diálogo entre o que esta pessoa vive e os sonhos que ela tem? Um sonho pode não estar presente cotidianamente, mas quando está, o que ali é convocado se nos dispusermos a uma escuta atenta?
No sonho, cabem muitos olhares referentes à realização dos desejos inconscientes, assim como Freud nos advertiu. Mas será que é algo simples e corriqueiro cuidar do desejo? Não, evidente que não! Porém poder reconhecer sua existência já é um começo de um trabalho que não se esgota aí, necessariamente.